sexta-feira, 22 de junho de 2012

ARTIGO DE OPINIÃO : UM ROLO COMPRESSOR


“Um rolo compressor” chamado Eduardo Campos




O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tem posto em prática os ensinamentos do grande pensador Nicolau Maquiavel. Esse pensador disse que o governante deve ser amado ou temido. Caso não consiga ser amado, deve ser temido, porque o temor seria mais benéfico do que o amor. Ele explica que o amor é um sentimento volúvel e inconstante, já que as pessoas são naturalmente egoístas e podem, frequentemente, mudar sua lealdade; entretanto o medo de ser punido é um sentimento que não pode ser modificado ou ignorado tão facilmente.
Seguindo essa linha, “O Maquiavel do Nordeste” tem usado seu poder de governador para romper várias alianças firmadas no Estado pelos partidos que formam a Frente Popular. Começando pelo Recife, onde acaba de lançar candidatura própria; rompendo, assim, um acordo assumido com o PT. Ele busca, de forma explicita, esmagar o PT, tirando qualquer pretensão desse partido de concorrer as eleições de governador em 2014. Sua atitude poderá lhe custar muito caro. Por mais que ele seja forte, o PSB não possui a mesma força do PT na capital pernambucana, e isso poderá levar a uma derrota acachapante do seu candidato: o que fortaleceria o PT para vencer as eleições para o Palácio das Princesas.
Penso que os erros do PT têm contribuído fortemente para que Eduardo aja da forma que vem agindo e se fortalecendo como o grande “imperador” de Pernambuco. Há muito tempo a política deixou de ser algo da coletividade para torna-se parte do individualismo. Pouquíssimos são os políticos que ainda fazem política pensando na coletividade. Nesse século XXI, o individualismo se transformou em obsessão. Ninguém pensa mais no coletivo. Todos nós procuramos resolver nossos problemas; os outros que se danem. Muitos pensam que são independentes e que fazem escolhas livremente. Não percebem que, nesse mundo dominado pelo capitalismo, uma série de escolhas que suponhamos serem nossas, na verdade, não as são.
A propaganda está aí para provar que muitas vezes compramos coisa que não estava em nossos planos, mas a fazemos pela força desse instrumento usado pelo o capitalismo. Na política, não é diferente. Muitas vezes somos levados a tomar decisões que não estavam programadas em nossa trajetória. Vamos analisar dois momentos desse na história do Brasil: um mais antigo e outro acontecido essa semana. Na década de 50, do século passado, o então candidato à presidência do Brasil Getúlio Vargas pediu o apoio, de ninguém mais, ninguém menos, do homem que mais foi perseguido por ele, o grande brasileiro Luis Carlos Prestes. Esse homem foi caçado pelas forças militares do governo Vargas. Foi preso. Teve seu partido proibido de funcionar. E aqui no Nordeste Vargas, chegou a dar um título de capitão a Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, para que o mesmo caçasse Prestes e o matasse. Mas, o mais grave foi que Vargas mandou, para um campo de concentração nazista na Alemanha, o grande amor de Prestes, a sua esposa Oga Benário. O que o caro leitor acha que Prestes fez? E que você faria em seu lugar? Vejamos a resposta de Prestes, sua resposta surpreendeu amigos e inimigos: “Não posso colocar os meus dramas pessoais acima dos interesses do partido. Aceito apoiá-lo.”
Nessa semana, uma aliança que, para muitos, era impossível foi selada entre o PT e seu arque inimigo Paulo Maluf. Mas porque será que o ex-presidente Lula põe sua reputação política em jogo para receber o apoio de um homem que é caçado pela INTERPOL? Ora! Só mesmo um mal maior é capaz de fazer alguém aderir a um inimigo. Talvez, a reposta esteja na frase dita durante a Segunda Guerra Mundial pelo grande líder do povo inglês, o primeiro ministro Wiston Churchill, “Se Hitler invadir o inferno, eu me alio ao Demônio”. É isso mesmo. O Churchill para derrotar Hitler faria qualquer coisa, até se aliar ao demônio. Serra é um grande mal para o Brasil; então, faz-se necessário aliar-se a Maluf para derrotá-lo. Para o PT, está na hora de se unir para derrotar essa força avassaladora do governador, porque senão, em breve, teremos partido único aqui em Pernambuco.
Texto escrito pelo colaborador do blog: Professor José Fernando da Silva, Graduado em História pela UPE: Garanhuns-PE.





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