quarta-feira, 15 de junho de 2016

Cunha ligará o ventilador no esgoto?

Texto de Altamiro Borges no Blog do Miro
Após oito meses de engodo, finalmente a Comissão de Ética da Câmara Federal aprovou nesta terça-feira (14) o pedido de cassação do mandato do correntista suíço Eduardo Cunha. Por 11 votos a nove, os deputados acataram o parecer do demo Marcos Rogério que afirma que o lobista quebrou o decoro parlamentar ao mentir sobre as suas contas no exterior. "Estamos diante do maior escândalo que este colegiado já julgou. Não se trata apenas de omissão, de mentira, mas de uma trama para mascarar a evasão de divisas, a fraude fiscal", justificou o deputado do DEM - a mesma legenda que sempre deu sustentação ao golpista na sua missão fraudulenta pelo impeachment da presidenta Dilma.
O processo contra Eduardo Cunha foi o mais longo da história da Comissão de Ética. A representação contra o famoso bandido foi entregue pelo PSOL e Rede em 13 de outubro do ano passado. Enquanto serviu aos interesses golpistas, ele teve o seu mandato preservado e ainda presidiu a Câmara Federal. Após o show de horrores da sessão de 17 de abril, que deu a largada à derrubada de Dilma, ele passou a ser descartado pelos seus comparsas. Até o deputado do Solidariedade, sigla de Paulinho da Força - um dos líderes da tropa de choque do achacador -, traiu Eduardo Cunha na votação desta terça-feira. Tia Eron, discípula da Igreja Universal do Reino de Deus, também abandonou o seu antigo herói!
Para piorar ainda mais a situação do descartado golpista, nesta mesma terça-feira a Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de todos os seus bens e da sua esposa, Cláudia Cruz, ex-jornalista da TV Globo. Na mesma sentença, o juiz Augusto César Pansini, da 6ª Vara Federal de Curitiba, pediu a quebra do sigilo fiscal de Eduardo Cunha desde 2007. A decisão atendeu ao pedido da força-tarefa da Lava-Jato, que solicitou que o correntista suíço devolva R$ 20 milhões - montante referente a valores movimentados em contas não declaradas no exterior. Já a ex-apresentadora global deverá devolver o equivalente a R$ 4,4 milhões - parte gasta em hotéis e lojas de luxo na Europa e EUA.
E a agonia do bagaço golpista não parou por aí. Também nesta terça-feira, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu conceder o prazo de cinco dias para que a defesa do presidente afastado da Câmara dos Deputados se manifeste sobre o pedido de prisão apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Circula o boato em Brasília de que Eduardo Cunha e sua esposa poderão ser levados para a cadeia na próxima semana, o que só aumenta o clima de tensão no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto.
Na semana passada, ao perceber que seria descartado após liderar o trabalho sujo do impeachment de Dilma, o vingativo mafioso deixou explícito que não morreria sozinho e que poderia delatar uns 150 deputados que sempre mantiveram relações carnais com ele. Nas contas da própria mídia, Eduardo Cunha ajudou a eleger - com recursos financeiros de fontes duvidosas - 120 parlamentares em 2014. Além disso, ele foi decisivo na montagem do governo golpista de Michel Temer, o decorativo. Vários ministros do "interino" até entraram em campo para tentar salvar o seu mandato, mas o lobista avalia que o empenho não foi o suficiente e estaria disposto a ligar o ventilador no esgoto.
Uma boa palavra de ordem para este momento de alegria com a aprovação do seu pedido de cassação é "Delata Cunha".

Aécio levou propina de R$ 1 milhão e comprou 50 deputados

247 – Em mais um trecho bombástico da delação premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos principais defensores do impeachment, é acusado de ter recebido R$ 1 milhão ilegal em dinheiro em 1998 e comprado o apoio de 50 deputados para se eleger presidente da Câmara.
Segundo Machado, que na época era líder do PSDB no Senado, o dinheiro saiu de um fundo criado por ele junto com Aécio e o então presidente do PSDB, senador Teotonio Vilela, a fim de financiar a bancada do PSDB na Câmara e no Senado. O plano era "eleger a maior bancada federal possível na Câmara para que pudessem viabilizar a candidatura de Aécio Neves à presidência da Câmara no ano 2000".
Segundo Sérgio Machado, a divisão resultaria "entre 100 mil e 300 mil a cada candidato" (cerca de 50 deputados) e "a maior parcela dos cerca de R$ 7 milhões de reais arrecadados à época foi destinada ao então deputado Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão de reais em dinheiro". O tucano "recebia esses valores através de um amigo de Brasília que o ajudava nessa logística", informou ainda o delator.
Dos R$ 7 milhões arrecadados, R$ 4 milhões vieram da campanha de Fernando Henrique Cardoso à presidência – que se reelegeu em 1998 – e o restante de empresas. Parte do dinheiro também veio do exterior, de acordo com Machado. O ex-presidente da Transpetro também disse na delação que parte do dinheiro da campanha que viabilizou a eleição de Aécio à presidência da Câmara veio de propina em Furnas.
Leia aqui o trecho da delação que cita Aécio Neves e a compra de 50 deputados, publicado no blog de Fausto Macedo.

PEC de Cintra sobre concursos vai ao plenário do Senado

Do blog de Magno Martins 
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou, hoje, Proposta de Emenda Constitucional de autoria do ex-senador Douglas Cintra (PTB-PE) permitindo a elaboração de uma lei nacional com regras gerais para todos os concursos públicos, tanto da União como dos governos estaduais e prefeituras. A PEC 75/2015 segue agora à votação do plenário do Senado, em dois turnos.
Nas justificativas da PEC 75/2015, ressalta Cintra, que exerceu o mandato de Armando Monteiro quando ele era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, “serão eliminadas várias falhas nos concursos públicos”. Alinha, entre elas, fraudes frequentes, editais sem a divulgação devida, taxas de inscrição exorbitantes, prazo exíguo para recursos, mudanças repentinas e sem antecedência razoável nas datas e horários das provas, conteúdos de provas não previstos no edital.
Gestão eficiente – Relator da PEC na CCJ, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) destacou, na sessão de hoje, ser inadmissível a continuidade de fraudes e ineficiências no instituto do concurso público, “um dos mecanismos mais democráticos e republicanos de acesso aos cargos e empregos públicos no país”.
Um dos objetivos da PEC, segundo Cintra, é instrumentalizar principalmente as prefeituras, que normalmente não têm legislação específica sobre concursos. “Muitos municípios e mesmo alguns estados não conseguem recrutar quadros técnicos gerenciais à altura das necessidades de uma gestão eficiente pela ausência de normas claras para a realização de concursos públicos”, assinala.
O ex-senador pernambucano enfatiza ainda, nas justificativas da PEC, que a lei nacional não irá ferir a autonomia de estados e municípios, pois definirá apenas normas genéricas. “A preocupação da PEC é tão-somente fornecer uma moldura geral a estados e municípios, que poderão enriquecê-la e adaptá-la às particularidades regionais e locais”, pontua.
A PEC 75/2015 altera os artigos 24 e 37 da Constituição, dando competência à União para legislar sobre concursos públicos nos estados e municípios e ao Senado e à Câmara dos Deputados para elaborar uma lei geral sobre o assunto.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

PF: Agripino suspeito por lavagem de R$ 15,9 milhões

Polícia Federal apura se senador recebeu propina em troca de ajuda à OAS.
Renan Ramalho - Do G1, em Brasília
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de fiscalização ligado ao Ministério da Fazenda, indicou "operações suspeitas de lavagem de dinheiro" envolvendo o presidente do DEM, o senador Agripino Maia (RN), no valor de R$ 15.908.096,00.
O dado integra investigação sobre o senador que apura suposto recebimento de propina da construtora OAS em troca de ajuda para liberar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O senador nega recebimento de propina e favorecimento à empresa. "Sou acusado de facilitar pagamentos feitos a OAS pelo BNDES. Que força teria eu no BNDES sendo líder de oposição há treze anos?", disse, por meio de nota.
As "operações suspeitas", diz o relatório de inteligência do Coaf, teriam sido realizadas entre o senador, empresas de familiares e assessores, de dezembro de 2011 a novembro de 2014, "exatamente em épocas de campanhas eleitorais".
Para a Polícia Federal, trata-se de um indício de que pedidos de doações eleitorais feitos por Agripino à OAS "foram prontamente atendidos, e podem ter-se constituído em forma dissimulada de repasse de propina".
Obras no Arena das Dunas
A suposta vantagem da OAS ao senador teria sido paga, segundo as investigações, em troca da atuação do senador junto a órgãos de fiscalização com o objetivo de destravar financiamento do BNDES para a OAS realizar obras na Arena das Dunas, estádio construído em Natal para sediar as obras da Copa do Mundo de 2014.

Em discurso no último dia 26 de abril no Senado, Agripino admitiu ter se reunido com conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para esclarecer supostas irregularidades na obra. Disse, no entanto, que o órgão de fiscalização não aceitou as explicações. O aval do tribunal era necessário para destravar o empréstimo do BNDES.
Mas, segundo o senador, foi o Tribunal de Contas da União (TCU), que deu parecer favorável. Agripino diz não ter atuado junto ao órgão no caso. Em relação às movimentações financeiras, Agripino sustenta que são relacionadas a negócios de sua família. Em nota, diz desejar celeridade na apuração dos fatos e diz que seus extratos bancários e declarações de Imposto de Renda "esclarecerão definitivamente a movimentação financeira questionada".

Inquérito
O inquérito foi aberto no ano passado a partir da descoberta de trocas de mensagens de celular entre Agripino e Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, numa investigação da Operação Lava Jato. Como o caso de Agripino não está relacionado a desvios na Petrobras, ficou de fora da Lava Jato e tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso.
Já foram autorizadas quebras de sigilo de Agripino, vários de seus parentes e de empresas ligadas à família. O próprio senador e um de seus filhos, o deputado federal Felipe Maia (DEM-RN), deverão depor no caso.

E eis que agora a mídia atribui a crise brasileira a problemas internacionais.

Do blog DCM- E subitamente, para a grande mídia, os problemas da economia se originam lá fora.
Caiu a bolsa? Aconteceu alguma coisa no exterior. O dólar subiu? Também.
Não acredito que seja uma instrução organizada dos chefes de redação. Acho que se trata de reflexo automático. Os editores sabem o que seus patrões querem que eles façam e o que não façam.
No governo Dilma, era como se o mundo vivesse dias de gloriosa prosperidade e apenas o Brasil soluçasse. A responsabilidade de todos os problemas era de Dilma.
Com Temer é o oposto.
É assim que a mídia forma imbecis.
O ator José de Abreu chamou a atenção para isso no Twitter. Numa postagem em que o UOL atribuía a queda da Bolsa a fatores externos, ele comentou: “É o Temer, é o Temer.”
Outra estratégia clássica para minar um governo é a seguinte. Você vai buscar histórias dramáticas e esquece os casos felizes. Você caça o fracasso e ignora o sucesso.
Foi também o que a imprensa fez com, ou contra, Dilma. Eu mesmo experimentei isso. Estava numa padaria quando um repórter da Band se aproximou de mim.
Ele procurava pessoas que se queixassem do impacto da alta do dólar em suas compras de comida. Não dei a resposta esperada. “Mas e o preço do pãozinho, mas e o preço do pãozinho?”, ele insistiu.
“Não mudou minha vida em nada”, respondi. O repórter enfim se rendeu e foi buscar chorões em outra parte da padaria. De preferência, chorões que citassem nominalmente Dilma.
Agora o esquema é outro. A imprensa está dando relatos de vitoriosos. As pessoas que se queixam já não valem nada, porque elas não ajudam na narrativa da virada miraculosa de Temer.
Esta artimanha foi sintetizada espetacularmente por Temer em suas primeiras horas de usurpação. “Não fale em crise, trabalhe.”
A imprensa bem que tentou ajudá-lo. Passou a falar subitamente de pacificação, depois de promover a guerra freneticamente em cada dia de Dilma. Num espasmo de governismo patronal, Míriam Leitão disse que finalmente havia boas notícias na economia.
Quais?
Bem, aí é outra história.
Não há nada que a mídia possa fazer para levantar Temer. É como ressuscitar um cadáver. É como tentar transformar um perna de pau num craque.
Temer é um caso inédito de presidente que em menos de um mês é apoiado por apenas 11% dos brasileiros. Os cem primeiros dias são de lua de mel entre a sociedade e um novo presidente, mas Temer destroçou esta tradição ancestral e válida em todo o planeta.
O caso Temer mostra os limites da influência da mídia na era da internet. Os que acreditam no Jornal Nacional e na Veja são em número infinitamente menor hoje do que foram no passado.
Sabe aquela do Churchill para desmoralizar um rival? Pois é. Um táxi chegou vazio a seu destino, e dele desceu um leitor da Veja que não perde um Jornal Nacional.
Não adianta a imprensa mudar o foco de sua cobertura para elevar Temer. Ela não o eleva, porque é uma tarefa impossível, e além de tudo se rebaixa — se é que dá para se rebaixar mais ainda.

O Globo quer a revogação da CLT

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Dois posts atrás, citei os dados da matéria de Max Leone, em O Dia, com uma tenebrosa avant-première da reforma previdenciária urdida pelo Governo Temer.

Há outra, porém, aguardando apenas a confirmação do usurpador no cargo de Presidente que ele jamais atingiria pelo voto.

É a trabalhista, que hoje é “exigida” por O Globo em, como disse um amigo, um pornográfico editorial.

A reforma trabalhista.

Que tem um ponto essencial: a prevalência do acordado sobre o legislado.

Como define o jornal, a “flexibilidade” para que” o estabelecido em negociação entre o empregador e o empregado, com a participação de sindicatos, ser aceito pela Justiça do Trabalho, mesmo que contrarie a legislação”.

Quer fazer acordo para não ter adicional noturno? Pode.

Hora-extra? Horário de almoço? Folga no domingo? Também pode.

Os sindicatos, “fortíssimos”, é que vão decidir, num acordo com os patrões. Depois “homologam” numa daquelas assembléias-fantasma e tudo certo. Nada de recurso à Justiça do Trabalho.

Sem contar a hipótese de que dirigentes sindicais muito “espertos” sejam “amaciados” para abrir mão dos diretos desta ou daquela categoria com argumentos sonantes.

Se o sindicato dos escravos e a associação dos cafeicultores chegarem a acordo, revoga-se a Lei Áurea.

Acham exagero? Reproduzo um trecho do discurso do Ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, dias antes da promulgação da CLT:

“Em matéria de direito social, quem percorre os anais da Câmara [dos Deputados], quem os abre, por exemplo, em 1926, quando estávamos no apogeu da nova velha liberal democracia, encontra declarações verdadeiramente cruéis para o proletariado, proferidas por nomes ilustres. Dali extraio algumas que repetirei, textualmente: ‘Limitar as horas de trabalho é cercear a liberdade de contratar serviços’. Outra: ‘A criança pode trabalhar dez ou 12 horas por dia sem se fatigar’. Mais uma: ‘O salário da mulher não será nunca um salário normal’.”

O mais curioso nisso tudo é a argumentação de que a CLT é muito antiga, de 1943, do tempo em que “não havia computador, telefone celular, terceirização, linhas globais de produção etc.”.

Portanto, de um tempo em que a produtividade do trabalho era menor e, assim, menor a renda do que ele produzia e menor também o volume que poderia ser devolvido ao trabalhador em salários e direitos.

É o enlouquecido argumento de que, como estamos muito à frente dos anos 40, devemos fazer a lei retroceder aos anos 30!

Para os sindicatos que têm força para ir além das garantias da lei, nenhum problema, em tempos de bonança e é verdade que, nos tempos em que estive no Ministério do Trabalho, alguns sindicatos de elite viam isso com bons olhos. No setor automotivo, então, eram vários os que cresciam os olhos na possibilidade de aumentar seu poder de barganha, ainda que não assumissem que fosse à custa dos fracos.

Mas agora, com a vacas magrinhas, todos já perceberam a burrada egoísta que faziam.

O ódio histórico de nossas elites empresariais a Getúlio Vargas – só se equipara, em matéria de falta de visão histórica, à estupidez de não perceberem que a CLT foi a primeira rede de proteção social que este país já conheceu.

E que as redes de proteção social geram mercado, consumo, destino para o que produzem e para relações de “ganha-ganha”que empurraram este país para a frente.

A elite brasileira não quer um país de 200 milhões de habitantes, basta-lhe que haja um de 40 ou 50 milhões no mundo da renda e do consumo.

O resto que vá para a senzala. Naturalmente depois de dar duro no eito.

Investida da Lava Jato contra peemedebês é só pra inglês ver

Do blog da cidadania
vaza jato

Até aqui, a operação Lava Jato não passou de instrumento da corrupção. Sim, é isso mesmo. Os áudios de expoentes do PMDB que vêm sendo vazados desde que Dilma foi derrubada pela bandidagem que infecta o Congresso mostram que essa operação apenas ajudou a afastar a grande fiadora da investigação: Dilma Rousseff.
A Lava Jato jogou o país em uma crise econômica sem precedentes. Sem ela, o setor da economia que mais influi no desempenho do PIB – a construção pesada, tocada pelas empreiteiras envolvidas na investigação – não teria sido paralisado e, assim, não teria roubado naco tão grande do crescimento.
Mas não é só com a desidratação do PIB que a Lava Jato contribuiu com a corrupção. Ao focar exclusivamente no PT enquanto Dilma estava no poder, deu discurso aos bandidos que queriam afastá-la para justificar sua queda junto à população.
O áudio do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá não deixa dúvida de que a Câmara dos Deputados votou pela abertura do processo de impeachment porque Dilma se recusou a interferir na Lava Jato, o que poderia ter feito mudando o procurador-geral da República e o chefe da Polícia Federal, escolhendo títeres que paralisariam as investigações.
Não é à toa que o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, entregou que o governo Temer planeja tomar essas medidas. Fernando Henrique Cardoso, quando governou, mostrou que colocando correligionários na Polícia Federal e na Procuradoria Geral da República é possível impedir que governos sejam fiscalizados e processados.
Após a queda de Dilma, porém, as coisas começaram a tomar outro rumo.
Após expoentes da Lava Jato dizerem que a investigação iria parar – obviamente que por terem alcançado seu objetivo –, a reação foi estrondosa. Não tardou para que Sergio Moro e os cabeças da operação no MPF e na PF percebessem que, se assassem essa pizza, correriam risco de ter que pagar pelo crime de montar uma operação desse porte só para derrubar um governo.
Além disso, como o afastamento de Dilma não é definitivo e como a prisão de petistas já não tem o mesmo “charme”, se a operação continuasse parada – como estava desde que a derrubada da presidente se mostrou irreversível – haveria o risco de ela voltar, já que as patuscadas de Temer estão afundando os golpistas.
O chilique de Gilmar Mendes ante o pedido do procurador-geral da República para que José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá e Eduardo Cunha sejam presos mostra que Rodrigo Janot está jogando para a galera. Ele sabe muito bem que o pedido não vai ser atendido por um STF acovardado que está assistindo de camarote a Constituição ser pisoteada.
Aliás, Gilmar criticou o vazamento do pedido de Janot ao STF para prender pemedebês. Há dois anos e tanto o MPF e a PF vazam contra petistas toda semana e Gilmar nunca abriu a boca. Sim, vazamentos são ilegais e imorais. Condenam sem provas. Mas Moro até já avisou que esses vazamentos são estratégia da Lava Jato para julgar acusados pela mídia. Nem Gilmar nem ninguém do STF abriu a boca.
As intenções das personagens pemedebês supracitadas de interferirem nas investigações são claras como dia de verão e cristalinas como água da montanha. Por muito menos petistas foram presos e a chave da cela foi jogada fora. Ou alguém tem alguma gravação de João Vaccari ou José Dirceu combinando estratégias para impedir as investigações como os peemedebês em tela têm contra si?
Janot sabe que não vai ter autorização para prender gente com licença para roubar. A Lava Jato só prende graúdos inocentes e bagrinhos culpados, estes para dar um ar de seriedade à investigação. Os bandidões mesmo estão todos soltos via delação premiada. Delcídio, Paulo Roberto Costa e outros malandros que o digam.
Assim, escreva aí, leitor: se o Senado confirmar o impeachment de Dilma, a Lava Jato para logo em seguida e nunca mais você ouvirá falar em combate à corrupção no Brasil. A mídia golpista só fará denúncias contra petistas triturados. E venderá a teoria de que, agora, só tem político “honesto” no Brasil.
Se a Lava Jato continuasse até que TODOS os corruptos fossem pegos, seria unanimidade. Este Blog apoiaria incondicionalmente. Dificilmente um cidadão honesto, de esquerda, de direita, de centro, do que for seria contra. Mas é uma farsa. E esse pedido de prisão de peemedebês é só jogo de cena. Só até Dilma ser afastada de vez.

Lula: procuradores coagem empresários a me delatarem


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247-O ex-presidente Lula afirmou, em entrevista à TV Al Jazeera, que os procuradores da Operação Lava Jato não devem ter conhecimento do funcionamento da Petrobras para afirmarem categoricamente que ele, enquanto comandou o país, sabia do esquema de corrupção na estatal; "Eles estão coagindo os empresários a comprometer o Lula, dizer que o Lula participou. Até agora, não estou sendo processado, não fui indiciado. Quero saber qual é o momento que eles vão tentar me criminalizar. Tenho tranquilidade, duvido que algum procurador, que algum delegado da polícia, seja mais honesto que eu, mais ético que eu, nesse país", afirmou; para Lula, as delações estão sendo "banalizadas". "Você prende um cidadão, fica ameaçando o cidadão, ameaçando prender a mulher, o filho, se a pessoa não delatar. Dessa forma, as pessoas irão delatar até a mãe. As pessoas vão delatar o que não viram. Mas estou tranquilo, pode continuar prendendo mais gente, fazendo mais delação", disse

MP pede que Eduardo Cunha devolva R$ 20 milhões e fique sem direitos políticos por 10 anos

Foto: Adriano Machado/Reuters
MSN- O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comparece ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para fazer sua defesa.
O Ministério Público Federal apresentou nesta segunda-feira à Justiça Federal do Paraná ação de improbidade contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com pedido para que o parlamentar fique o período de 10 anos sem direitos políticos e sem a possibilidade de ocupar cargos eletivos. Na ação, a força-tarefa da Operação Lava Jato ainda quer que o peemedebista seja condenado a devolver 5,76 milhões de dólares, ou cerca de 20 milhões de reais na cotação de hoje, por evidências de enriquecimento ilícito. Mesmo com foro privilegiado, Eduardo Cunha responde a processos de improbidade na 1ª instância.
A ação de improbidade foi apresentada também contra o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, contra o lobista do PMDB João Augusto Henriques, contra o empresário português Idalécio Oliveira e contra a jornalista e esposa de Cunha, Cláudia Cruz. No processo, os procuradores pedem que, condenados, os réus paguem 10 milhões de dólares (ou 35 milhões de reais na conversão apresentada pelo MP) como reparação de danos à Petrobras, tenham os direitos políticos suspensos por dez anos e sejam proibidos de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais também por dez anos. No caso de Cláudia Cruz, os pedidos de sanção incluem a perda do equivalente a 4,46 milhões de reais por enriquecimento ilícito.
Ao apresentar o pedido à justiça, o Ministério Público afirmou que o empresário Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira pagou propina ao deputado Eduardo Cunha para ser beneficiado em um contrato de aquisição dos direitos de participação na exploração de um campo de petróleo no Benin. Ao todo, teriam sido pagos a Cunha 1,311 milhão de francos suíços, o equivalente a 1,5 milhão de dólares. Na transação, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Zelada teria atuado como intermediário no acerto dos valores.
Os negócios entre a Petrobras e o governo do Benin foram alvo de auditoria, que acabou por identificar que a empresa africana tinha capacidade financeira ignorada na época da transação e que os custos da exploração dos poços de petróleo no país foram supervalorizados. O Ministério Público conseguiu mapear o caminho do dinheiro movimentado na transação e a participação do lobista ligado ao PMDB João Augusto Henriques, apontado como destinatário de pelo menos 10 milhões de dólares em propina na transação. "Além de ter-se mostrado acentuadamente danosa ao patrimônio da estatal, [a transação no Benin] foi entabulada com o intuito principal de distribuir vantagens indevidas aos agentes públicos Jorge Zelada e Eduardo Cunha, destacados participantes do esquema criminoso que se instalou na estatal, para o qual concorreram e se beneficiaram João Henriques e Idalécio Oliveira, além de também ter-se beneficiado Cláudia Cruz", dizem os procuradores. Nas investigações, foram encontrados registros de que a offshore Acona Internacional repassou 1,311 milhão de francos suíços para a conta Orion SP, que pertence a Eduardo Cunha. A partir da Orion, novos repasses foram feitos para contas ligadas ao deputado e a Cláudia Cruz.
Segundo os investigadores, há "veementes indícios de enriquecimento ilícito do Deputado Federal Eduardo Cunha, em desproporção aos seus rendimentos lícitos obtidos como parlamentar, evidenciado pela movimentação de valores expressivos nas contas Orion SP, Triumph SP e Netherton mantidas no exterior, por ele controladas, além de ter-se beneficiado dos valores mantidos na conta Kopek, de titularidade de sua companheira Cláudia Cruz e que era alimentada por aquelas primeiras contas". No processo, o MP detalha a influência do congressista na nomeação de Zelada para a Petrobras e afirma que "não há dúvidas de que o parlamentar Eduardo Cunha estava envolvido no esquema de corrupção instalado na Diretoria Internacional da Petrobras".

Em Águas Belas, PSB fortalece nome de Agean Tenório

O PSB deverá disputar em faixa própria a Prefeitura do município de Águas Belas, no Agreste do Estado. Durante a Agenda 40, realizada na noite desta sexta-feira (10), com a presença do deputado federal Danilo Cabral e do secretário-geral do PSB no Estado, Adilson Gomes, foi lançada a pré-candidatura do presidente municipal do partido, ex-prefeito Agean Tenório, para o comando da cidade. Ele concorrerá com o candidato indicado pelo atual prefeito Genivaldo Menezes (PT). O evento reuniu mais de mil pessoas no Maracanãzinho, no Centro.

“Esse é um momento muito importante, porque estamos, aqui, fazendo uma reflexão sobre o futuro de Águas Belas. Nosso partido faz política dialogando e ouvindo as pessoas, buscando a construção da unidade em torno de um projeto que busca o que é melhor para a cidade”, afirmou Danilo Cabral. O parlamentar frisou que reuniões como a Agenda 40 incentivam e aprofundam os debates sobre os anseios da população para o município. “Quando a gente escuta, erra menos”.

Foi a 23ª Agenda 40 promovida pelo diretório municipal do PSB em Águas Belas nos últimos meses. O objetivo, explica Agean Tenório, é percorrer todos os bairros e distritos do município para colher as demandas da sociedade. “Desses encontros, do diálogo, construiremos nosso programa de governo”, disse. Ele revelou que as áreas prioritárias indicadas pela população são abastecimento d’água, segurança, saúde, calçamento e iluminação.

A pré-candidatura de Agean Tenório conta com o apoio de dois vereadores, Emílio Alves (PMDB), mais conhecido como Emílio de Tanquinhos, e Erinaldo Tenório.  O peemedebista é cotado para ser o candidato a vice na chapa do PSB. Além da definição da majoritária, o partido trabalha para formar uma chapa proporcional competitiva. Até agora, há cerca de 40 pré-candidatos indicados.

O PSB tem até julho, prazo para a realização das convenções partidárias, para confirmar a candidatura de Agean Tenório e de outros nomes a prefeito no Estado.  Até lá, os pré-candidatos vão continuar realizando seminários municipais para ouvir as demandas da população e articular as alianças com outros partidos. “Fazemos Agenda 40 em todos os municípios onde o PSB existe e há pré-candidatos e vamos construir nossas candidaturas a partir do diálogo com todas as lideranças políticas e ouvindo a população”.

Lula entra com duas ações contra Merval por “acusações infundadas”


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247-Advogados do ex-presidente protocolaram pedido de direito de resposta referente a um texto publicado em 28 de maio, em que o jornalista "mente ao dizer que o esquema de corrupção da Petrobras era 'comandado' por Lula", e por reparação de danos morais, em que a defesa aborda "o conjunto da 'obra' de Merval: como articulista de diversos veículos de comunicação em massa do grupo Globo, de cujo conselho editorial é membro, o jornalista repetidas vezes faz afirmações assertivas contra a honra de Lula sobre as quais não dispõe de nenhuma evidência"; para a defesa, Merval "faz uso de sua coluna para praticar ataques infundados e externar ofensas injustificadas a quaisquer pessoas cujo posicionamento ideológico não lhe é afeto"

Secretário de Paulo Câmara diz que governo Temer foi “golpe” e que “é para rir” do novo governo

blogs(1)
Com alarde, o secretário de Administração de Pernambuco, Milton Coelho (PSB), continua se recusando a diminuir as críticas contra o Governo interino de Michel Temer (PMDB) nas redes sociais.
Em postagem no Facebook, no perfil de uma jornalista favorável à Dilma, Milton Coelho chamou explicitamente a subida ao poder de Temer de “golpe” e disse que o novo presidente estaria fazendo “aparelhamento do estado”.
“Antes do golpe reclamavam do aparelhamento do estado e do alinhamento político dos servidores públicos com o governo. Agora estão pedindo um comportamento que antes julgavam errado, quase um pecado mortal? É pra rir”, disse o secretário de Paulo Câmara.
A confusão toda começou com um artigo em seu Facebook pessoal, que passou inicialmente sem alarde. Após repercutido pelo Blog de Jamildo (22), foi lido em vários escalões do Governo Paulo Câmara (PSB), causando grande desconforto. Neste artigo, Milton Coelho fez pesadas críticas pessoais ao novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chamando-o de “amigo da banca internacional”.
Após, Milton Coelho fez críticas o PSC, partido que anunciou em fevereiro deste ano a entrada na base de Paulo Câmara e sinaliza, fortemente, o apoio à reeleição de Geraldo Júlio (PSB). O motivo era a autoria do partido no requerimento da CPI da UNE (União Nacional dos Estudantes).
O secretário de Paulo Câmara, de forma bem explícita, deixou claro que não aceitará “patrulhamento” de quem quer que seja.
“O que escrevo aqui no meu perfil pessoal representa minhas opiniões como cidadão brasileiro e em pleno gozo dos meus direitos políticos”, disse sobre eventuais críticas.
A argumentação de Milton Coelho, de que os comentários são pessoais, não está sendo aceita por vários setores do governo estadual. Marisa Gibson, em sua coluna (25) no DP, registrou que “peemedebistas ainda não digeriram o comentário feito por Milton Coelho (PSB), secretário de Administração, em seu Facebook, criticando o governo Temer”.
(Do blog de jamildo)