sábado, 7 de abril de 2018

No século da mídia, a imagem é tudo


POR FERNANDO BRITO no Tijolaço


Ontem, cedo, quando se esperava o ato final da vergonha da prisão de Lula, disse que o furor e o ódio de Moro e da máquina de mídia se voltariam contra eles próprios.

Já se viu, pela multidão que acorreu ao Sindicato dos Metalúrgicos até a madrugada, que ele não conduzirá à cadeia um Lula cabisbaixo e solitário, mas verá um cortejo humano impressionante a levar seu líder ao exílio em sua própria terra.
O juiz marqueteiro, envenenado por seu ódio incontido, produzirá uma cena para a história, a imagem de um povo altivo, deixando a vergonha para seus algozes.
Moro dará ao povo brasileiro a representação do calvário dos que, neste país, carregam a cruz dos oprimidos.

Aí está o que fica do drama de hoje e não é à toa que os grandes jornais se engalfinham para produzir qualquer outra, mixuruca, mas que possa servi-lhes para colocar Lula numa situação humilhante.

Ainda assim, ser-lhes-á difícil fugir da imagem.

PS. Aos amigos que me criticaram por ter dito, cedo, que Lula se entregaria, digo que compartilho com eles o sentimento de que isso é uma injustiça vergonhosa. Mas não posso dar informações contrárias às que tenho e, muito menos, deixar de saber que é e foi de Lula a decisão, citando as palavras de meu sempre professor (inclusive de bom-senso) Nilson Lage:Quem está no comando é Lula. É a Lula.que visam. Lula se expõe porque quis e todos se beneficiaram disso: seja Lula Tiradentes, Vargas, Mandela, Jânio ou Antônio Conselheiro, é uma decisão de foro íntimo, que não há senão que acatar. O que Lula decidir será feito e é o certo.

O nome é Boulos


Por Ricardo Miranda no Blog Os Divergentes



O discurso de 55 minutos de Lula no alto de um carro de som, cercado por líderes políticos de esquerda, e diante de uma platéia de militantes que desde a véspera fazia um cerco humano ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, não serviu apenas para que o ex-presidente anunciasse solenemente, às 12h44, que sairia dali para se entregar à Polícia Federal. A platéia recebeu com um sonoro “oooooh”, mas já esperava. De improviso, como sempre, mas focado nos recados que queria passar, Lula fez um inventário de sua vida sindical e política, criticou os inimigos de sempre – Ministério Público, Juiz Sérgio Moro, TRF4, imprensa -, mas, principalmente, indicou caminhos para a sucessão presidencial deste ano. Enquanto escrevo este texto, Lula se entrega à PF, como disse, para “provar sua inocência”. Há uma quase certeza de que Lula não passará muitos dias preso, por obra e graça da máquina judiciária nacional. Ele sabe, porém, que dificilmente terá seu nome inscrito nas urnas que anunciarão, em outubro, o próximo presidente. Se estiver, resolvido. Senão, sabe que o tempo urge. E ficou evidente seu flerte com Guilherme Boulos.
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Se está óbvio, depois de muitos tapas e beijos, de parte a parte, que Ciro Gomes, do PDT, foi expelido da frente de esquerda que Lula começa a montar – por sua postura asséptica e irrelevante nos últimos dois dias, e por sequer ter aparecido no palanque final de Lula -, também foi percebido o aceno para três possíveis candidatos presidenciais – Boulos, do PSOL, Manuela D’Ávila, do PCdoB, e Fernando Haddad, do PT, possível substituto de Lula nas urnas. Se descermos a uma interpretação quase psicanalítica do discurso de Lula, diria que ele teve uma atenção flutuante em relação a Haddad. Deixou-o no jogo, mas ao mesmo tempo tirou-o. Manuela, cuja beleza Lula elogiou, é uma paixão política platônica de Lula. A identificação de Lula, me parece, é com Boulos. “Você tem futuro, meu irmão. É só não desistir nunca”, avisou Lula, com um forte abraço. Seria uma opção ousada. Apoiar um candidato do PSOL, escoadouro dos petistas descontentes. Por outro lado, teria o sentido de um reencontro, como foi o comício de Lula na porta de seu velho sindicato. Evidentemente, essas são hipóteses, já que não tenho bola de cristal. Cravar algo, como o possível sucessor de Lula no dia de sua prisão, seria pretensioso demais.

De resto, você verá nos próximos dias uma luta da mídia pela imagem de Lula preso. Como disse Lula em seu discurso, esse é, afinal, desde o começo, o sonho de consumo da chamada grande mídia. “Fico imaginando o tesão da Veja, da Globo, colocando uma fotografia minha preso. Eles vão ter orgasmos múltiplos”, ironizou. Veja já fez sua capa patética antes mesmo da prisão, afinal, tinha seu prazo de fechamento da edição. Mostra um Lula velhinho atrás das grades, como quem deseja a ele muitos anos de cana. Para quem tem uma visão diferente do Brasil, fica a imagem de Lula deixando o sindicato nos braços da militância. Flores nas mãos. E gritos de apoio. Na era da imagem, escolha a sua. Do pixuleco ou do mito.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Lula quer mostrar que Moro não é único juiz do Brasil


POR FERNANDO BRITO no Tijolaço




Lula não vai se entregar à PF em Curitiba por duas simples, evidentes e exatas razões.

Porque Moro não tem o poder de determinar que alguém se desloque para outra cidade para ser preso.

Porque se armava uma “arapuca” com grupelhos de extrema-direita para “comemorar” o seu “feito”.

Há mais.

Desde ontem muita gente se desloca para São Paulo e, daí, para São Bernardo do Campo.

Lula irá pelas suas próprias pernas e no seu lugar: em meio a milhares de pessoas.

Não creio que, a esta altura, o ex-presidente tenha grandes esperanças (talvez seja ilusões a palavra apropriada).

Embora seja tão absurda que ninguém menos que Gilmar Mendes assim a classifica, na Folha:

“A prisão de Lula é absurda, fruto do autoritarismo desse punitivismo processual hoje em voga no país. Os recursos [que Lula pode apresentar à Justiça] ainda não se esgotaram e já se precipita a prisão!”

Ou que se noticie que Marco Aurelio Melo pode conceder a liminar pedida nas ADC 43 e 44.

Pode ser, até porque é escandaloso demais o furor encarcerador de Moro. Mas será a crise dentro do STF e uma ameaça ao plano de manter Lula preso até as eleições.

O país está dividido, por obra e (des)graça de um Judiciário que nem mais disfarça o seu ódio político.

Via Sacra de Lula inclui discurso aos militantes fiéis


Por Ricardo Miranda no Blog Os Divergentes


A contagem regressiva para a prisão de Lula já começou. Foi criado um ritual com ares de Via Sacra para a prisão do presidente mais popular da história do país. Não haverá cruz, ao menos não física, e, segundo o Pretório Sérgio Moro, nem algemas. A Paixão de Lula, que começou de madrugada, uma noite possivelmente insone passada dentro do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, terá seu momento Monte das Oliveiras às 16h, uma hora antes do prazo fixado para sua prisão. Neste momento, de alguma sacada ou palanque improvisado, Lula falará aos militantes que se aglomeram em grande número num cerco ao sindicato. Estará ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff e dos presidenciáveis Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB), entre outros aliados. Se nada de novo ocorrer no impresivível campo jurídico, serão as últimas palavras de Lula livre. É possível imaginar que, caso o discurso se alongue, como é comum, possa ser preso ali mesmo.
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O pronunciamento derradeiro de Lula foi confirmado pelo presidente estadual do PT, Luiz Marinho, e terá um tom de indignação, mas, imagina-se, também de pacificação. Desde que decidiu não se entregar na sede da Polícia Federal em Curitiba, como ordenou Moro, Lula fez uma aposta complicada. De um lado, escolheu como quer aparecer, e ao lado de quem, no momento em que for levado pelos agentes da Polícia Federal. Será a imagem do ano – e todos sabem disso. De outro, caso a situação saia de controle, Lula poderia, teoricamente, ser responsabilizado por incitar a violência.

Reunido no segundo andar do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o ex-presidente Lula ouve a todos. Advogados do ex-presidente e uma fatia do PT –incluindo ex-ministros– insistem para que ele se apresente à PF em um demonstração de boa vontade com o Judiciário. Que não seja em Curitiba, seja em São Paulo – a 22km de distância. Já os movimentos de esquerda e uma ala do PT –entre eles os líderes Paulo Pimenta e Lindbergh Farias– pregam resistência. Guilherme Boulos é um dos porta-vozes dessa proposta. “Vamos resistir”, diz ele. A Articulação de Esquerda, corrente minoritária petista, divulgou documento em que propõe a formação de barreira humana para impedir a prisão do ex-presidente. Como se vê, só Lula poderá, com a força de suas palavras, evitar algo pior.

A Polícia Federal, embora negue, já deve ter escolhido os agentes que enviará ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para prender o ex-presidente Lula. Delegados afirmam que se Lula de fato não se apresentar, haverá uma avaliação constante para definir o melhor momento de realizar a prisão. Por precaução, foram colocadas de prontidão equipes do GPI (Grupo de Pronta Intervenção). O COT (Comando de Operações Táticas), sediado em Brasília, também está de sobreaviso.

O ex-presidente aguarda resultado de um novo pedido de habeas corpus feito pela defesa, dessa vez ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Há um fio de esperança. Tão tênue quanto o quadro político nacional.

Jarbas alerta STF para manobra do MDB nacional em PE

ÉPOCA – Nonato Viegas
Jarbas vê manobra da direção nacional do MDB sobre coligação em Pernambuco e alerta STF

Deputado enviou cópia de resolução da legenda a Ricardo Lewandowski por entender que ela burla decisão do ministro sobre o tema
Os advogados do deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB-PE) encaminharam ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), cópia de resolução do MDB desta terça-feira (3) segundo a qual, nos diretórios estaduais dissolvidos, caberá aos interventores a decisão sobre coligação e candidaturas aos governos estaduais.
Lewandowski barrou recentemente a dissolução do diretório de Pernambuco.
Os advogados de Jarbas alegam que a resolução tenta burlar o que foi decidido.
Jarbas defende a união do MDB com o PSB do governador pernambucano Paulo Câmara.
O  presidente nacional do legenda, o senador Romero Jucá (RR), quer impor a candidatura do senador Fernando Bezerra.

Lula decide se vai se entregar ou esperar a polícia

Advogados de Luiz Inácio Lula da Silva foram ao sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo para definir a estratégia a ser adotada pelo ex-presidente, que, por decisão do juiz Sérgio Moro, deve se entregar à Polícia Federal até 17h de hoje.

Segundo a colunista do G1 Cristiana Lôbo, de um lado, há advogados defendendo a saída técnica: negociar com as autoridades a forma e a hora de Lula se apresentar a Polícia Federal, como determinou a Justiça.
Do outro lado, há os políticos, aliados de Lula, que querem a resistência do ex-presidente. Esse grupo prefere que Lula não se entregue e aguarde que a Polícia Federal vá buscá-lo no sindicato, criando um fato político.
Enquanto isso, petistas vão mobilizando militantes para estarem à porta do sindicato ao longo de todo o dia.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Juiz Sérgio Moro decreta prisão do ex-presidente Lula


Por Orlando Brito no Blog Os Divergentes



O juiz Sérgio Moro decretou a prisão do ex-presidente Lula. Veja parte do seu despacho:
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“Relativamente ao condenado e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedo-lhe, em atenção à dignidade do cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17:00 do dia 06/04/2018, quando deverá ser cumprido o mandado de prisão”.

Fontes do PT informa que Lula vai se apresentar. Mas, no entorno do ex-presidente, ainda há uma última esperança de que o ministro Marco Aurélio conceda até amanhã a nova liminar para suspender prisão até julgamento das ADCs. Mas reconhecem que é muito difícil.

A liberdade que não nos podem tirar


POR FERNANDO BRITO no Tijolaço



Ontem, o país viveu um das últimos – e certamente o maior – obstáculo ao despenhadeiro do fascismo e da perda da institucionalização.

O maior, tenham em mente, desde o dia em que o circo da Câmara dos Deputados votou pela abertura do processo de impeachment da presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff.

Não se iluda por questões de legalidade constitucional, destas que há muito a maioria do Supremo deixou para trás e que fizeram soar patética a aula de constitucionalismo dada pelo insuspeito Celso de Mello em seu voto.

A Constituição é lana caprina, expressão que os advogados usam para dar nome a algo de pouco valor, tal como foi o impeachment sem crime de responsabilidade há dois anos.

Sob certos aspectos, porém, o que se deu ontem é pior, muito pior que o domingo da vergonha de 2016, porque ali apunhaláva-se o presente mas sobrevivia o futuro do processo eleitoral.

Agora, o que se fez foi matar a esperança de que se pudesse voltar ao leito democrático em outubro.

Há um ar inescondível de tragédia.

Tintas de uma releitura do agosto de 1954, onde a cena trágica será ainda vivida, com as imagens mórbidas da condução de Lula à cadeia, num féretro que será festejado pelos corvos e abutres de uma classe média, enfim, condenada a roer a sua vida miserável pondo a culpa de todas as nossas mazelas no povo brasileiro, esta gente -para eles – indolente, desonesta, negra e parda, inferior ao ponto de merecer o nome de “povinho”.

O processo que começou com os udenistas de 2013, os do “padrão Fifa”, deságua na cena previsível, mais ainda pelo próprio Lula, ao resumir, na única declaração da qual, até agora, se tem publicada: ““Ninguém deu um golpe para me deixar candidatar.”

Ontem, antes do trágico espetáculo que Cármen Lúcia dirigiu no Supremo com o mesmo cinismo com que Eduardo Cunha comandou a apresentação circense – Luís Roberto Barroso, aliás, com seu demagógico discurso, encarnou uma versão “cult” daqueles que prometiam o Brasil dos céus ao votarem pela ruptura democratíca – o analista de pesquisas Antonio Carlos Almeida, autor do clássico “A cabeça do brasileiro”, escreveu o que se pode sentir no imaginário deste país:

Lula é politicamente grande porque tem voto, e isso é o fundamento da democracia. Lula tem voto para receber e transferir, quem trabalha com pesquisa sabe disso. Porque tem voto, ele motiva medo em seus adversários e esperança em seus seguidores.(…)Vale aqui novamente o contrafactual: se Lula não fosse do tamanho que é, não estaríamos nem escrevendo, nem lendo sobre ele, nem conversando nem ouvindo o que dizem dele, tampouco estaríamos preocupados com o desfecho dos julgamentos que a ele dizem respeito. Os ministros do Supremo, ao julgarem o habeas corpus de Lula, independentemente do resultado, apenas dizem o mesmo que esse artigo: Lula é politicamente grande. É importante que o país tenha consciência disso.

Na gente que não fala, que é o personagem ausente da polêmica política, fica algo que, nas pesquisas, só aparece nas intenções de voto, não em respostas explícitas: Lula é perseguido porque ousou fazer algo pelos pobres.

Esta é a sua resistência, como foi, há mais de 60 anos, a transformação de Getúlio Vargas em um fantasma a assombrar e maldizer a direita.

É preciso não fazer bravatas, cantar vitórias ou propor tolices.

A dor pode ser combustível de nossas chamas, mas não a mão que nos guia.

O primeiro passo é recusar o processo autofágico e recordar que tudo isso ocorre não pelos defeitos e erros do petismo ou de Lula, que existem, é claro.Ocorre por seu significado, ocorre pelo seu simbolismo, ocorre pelo que ele representa para o Brasil.

E não vai deixar de representar porque meia-dúzia, exatamente meia-dúzia, de algozes da elite negaram, por algum tempo, seu direito de ser um homem “externamente livre”.

Porque as nossas cabeças, as nossas idéias, os nossos pensamento e ações, a estes não há grades capazes de conter.

Marco Aurélio: Cármen está na reta final do mandato

Ministro defende que novo presidente paute revisão da prisão em segunda instância
O Globo

Ao deixar a sessão do Supremo Tribunal Federal na madrugada desta quinta-feira, o ministro Marco Aurélio Mello insistiu na necessidade de pautar as duas Ações Diretas de Constitucionalidade (ADCs), das quais é relator, que questionam a jurisprudência atual favorável à prisão na segunda instância. A presidente Cármen Lúcia, porém, resiste em colocar o assunto para julgamento, mas Marco Aurélio lembrou que ela está na reta final do mandato, ao ser questionado se acredita que os processos serão pautados:
— Não sei, mas de qualquer forma ela (Cármen Lúcia) está na reta final. Assumirá um novo presidente em setembro. Vou tentar colher dele (do novo presidente) esse compromisso, sob pena de não ter o meu voto— afirmou em tom de brincadeira.
Para Marco Aurélio, que saiu vencido da votação, pois é contrário a prisões após segunda instância de forma geral, o julgamento foi uma “incoerência”.

— O que me preocupa mais é a incoerência. Já se sinalizou que vamos ter maioria (contra as prisões após segunda instância) nas declaratórias— disse, fazendo referência ao voto da ministra Rosa Weber.

Rosa tem posição pessoal contrária a prisão após segunda instância mas vota respeitando a jurisprudência da corte, a favor das detenções, inclusive no caso de Lula. Quando as ADCs forem a julgamento, como se estará reanalisando o mérito, e não um caso particular, a tendência é que o voto dela forme a maioria para acabar com a execução provisória da pena.

Voto de Rosa fechou porta a Lula mas abre um janela


Voto de Weber abre janela para revisão da jurisprudência do STF após setembro
Decisivo para o placar desfavorável a Lula, o voto de Rosa Weber fechou uma porta, mas abriu uma janela para o petista. Ao ressaltar que pessoalmente é contra a prisão em segunda instância, a ministra estimulou entidades que defendem o julgamento de ações que tratam da regra geral, e não de caso específico, a manter pressão para que o STF revise sua jurisprudência. Esse grupo admite, porém, que a corte só deve analisar o tema após setembro, já sob o comando de Dias Toffoli.

Por ter se recusado a analisar o habeas corpus de Lula sob ótica mais abrangente, discutindo o mérito da prisão após a segunda instância, o voto de Rosa Weber mantém a loteria no STF. Cada ministro seguirá julgando recursos contra a antecipação de encarceramento do modo que considerar mais apropriado.
O efeito tende a ser diferente nas instâncias inferiores. Para integrantes do Judiciário, o resultado do habeas corpus de Lula deve consolidar a execução da pena após condenação em segunda instância.  (Folha  Painel – Daniela Lima)

quarta-feira, 4 de abril de 2018


POR FERNANDO BRITO no Tijolaço


A ministra Rosa Weber confirmou a sua tradição de ser uma mulher fraca.

Seu longo e empolado voto no HC de Lula, disse o que pode ser resumida em algo que é teratológico.

“Sou a favor da garantia constitucional de que ninguém seja preso sem sentença transitada em julgado mas, como a maioria decidiu que é contra, voto contra, mesmo sendo aqui, o plenário, o lugar onde isso deve ser discutido”.

Coisa, claro, de gente convarde, que não aguenta a pressão e por isso se submete a dar um voto ridículo e que não faz sentido, senão o da vilania.

É a vitória da estratégia sórdida de Cármem Lúcia, comemorado com sorrisos de esguelha assim que se consumou: dar, votando o caso e não a regra, à frágil Rosa Weber uma muleta para ceder à vontade conservadora ressalvando sua posição pessoal como a de “odebiente” à maioria que já não existe. Vota “no caso” contra, embora diga que “na tese” é a favor.

Ou melhor, que só existe porque ela abandonou a maioria que se formou e se juntou ao que seria minoria, fazendo vencer o que ela diz, cinicamente, ser aquilo que acredita – ou diz que acredita – ser inconstitucional.

Diz que votará contra quando se votarem as ações de constitucionalidade mas, por enquanto, vota a favor.

O tempo suficiente para que Lula seja levado à cadeia.

Ou eternamente, enquanto durar a estratégia da presidente do tribunal de engavetar aquelas ações.

Não descarte que Marco Aurelio passe a exigir, em palavras mais duras do que as usadas por ele neste momento, que a presidente saia de cima das ações e as ponha a voto, sinuca para Rosa Weber outra vez.

Os tempos serão duros, de conflito e crise.

O golpe é civil, não é militar. E não é ameaça, já é um fato

Não é só o placar da votação do STF que vai registrar uma divisão e maioria apertada.

Tudo, no Brasil, está assim, hoje.

A manifestação de Rodrigo Jantot, hoje, na Folha, dizendo que as declarações de Eduardo Villas Boas fazem lembrar 1964 é uma piada trágica.

Por mais imprópria que seja, o “pitaco” do General não é nada, em matéria de subversão da ordem, perto do que fez para isso o Ministério Público, quando tolerou – e, pior, estimulou – o comportamento histérico de seus integrantes, escancaradamente assumindo o papel de “salvadores da pátria” e moralizadores do Brasil.

Não há nada mais parecido com 64 que o que fez a instituição comandada por ele, surfando uma imprensa que, já de anos, assumiu o golpismo como chave única para retomar o poder que não lhe vinha mais das urnas.

O golpe, no Brasil, é civil e não militar e não é uma ameaça, mas uma realidade.

Os poderes da República, submetidos a ele, dissolveram-se,

O Legislativo, quando Eduardo Cunha o tornou, sob aplauso geral, gazua e alavanca para fazer tombar o governo eleito legitimamente.

O Executivo, quando se permitiu, para isso, que um medíocre da pior espécie o empalmasse, para conduzir um processo que só não é fracassado naquilo que tem de pior, a entrega do país.

E, afinal, o Judiciário, onde vaidade, o indecoro e a pequenez de alma e caráter de vários de seus integrantes não vacilaram em produzir espetáculos deprimentes, desmoralizantes.

À sombra deste desgoverno, como esperar que não vicejasse o extremismo, o ódio e a transformação do “combate à corrupção” como justificativa da demolição da democracia, afinal o regime de direitos e garantias que nos protege dele?

Não se empurre aos militares a culpa por termos chegado a este estado, por mais condenável que seja qualquer tentativa ou mesmo a simples pretensão de “intervenção”da força armada sobre o regime civil, ainda que este tenha se tornado o que sabemos.

Mesmo neste episódio infeliz, estão servido apenas como ferramenta dos grupos que, estes sim, querem impor a ferro e fogo ao Supremo uma decisão que os livre do fantasma eleitoral de Lula.

Afinal, se o MP se sente no direito de, fora dos autos, pressionar os ministros com alegações falsas de que conceder a Lula o que é direito constitucional, afirmando que isso será “o fim da lava Jato” e que soltaria estupradores e traficantes e isso se repete com ex-ministros, comentaristas da mídia e por toda a parte, porque os militares iam ficar fora da “onda”?

O Supremo terá um desgaste imenso com a parte do Brasil que se expressa – o Brasil profundo segue quieto – qualquer que seja a sua decisão.

Mas só uma reafirmará sua autoridade: fazer cumprir, mesmo que com todo este temporal de pressões, chantagens e, agora, ameaças, a Constituição brasileira.

O contrário, por mais que corresponda ao ódio de alguns ministros, será confirmar-se que o STF é medroso e se acovarda diante dos gritos da selvageria.

O Supremo teve muitas chances de barrar o golpe e não o fez, por covardia. Se optar, mais uma vez, por entregar carne aos lobos talvez já não tenha outra oportunidade, além da de hoje, para evitar ser devorado também.

Foi mal


Blog do Kennedy
As liberdades religiosa e de expressão estão lá o artigo 5º, que trata dos direitos e garantias individuais na Constituição Federal. O procurador Dallagnol tem o direito de jejuar quando quiser em nome da sua fé.
Mas é um agente público. Ele disse que se manifestou na condição de cidadão. Não dá para colocar o paletó de procurador ou tirá-lo quando convém. Ele é o coordenador da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal de Curitiba.
Usa as redes sociais para fazer política e pressionar o Congresso e o STF. No caso do jejum, misturou religião com temas de um estado laico. De certa forma, demoniza Lula.
Dallagnol errou duas vezes nessa batalha a respeito do habeas corpus do ex-presidente.

Quem está solto se apresente

Carlos Brickmann

Está na hora das desincompatibilizações: quem quiser se candidatar tem de abandonar os cargos que ocupa até o dia 7. O presidente Michel Temer já iniciou as trocas no Ministério: Gilberto Occhi fica na Saúde, Valter Casimiro nos Transportes.

No total, são 13 ministros novos, e Temer só pode nomear quem esteja solto – de seus seguidores, não são tantos assim, em especial após a Operação Skala, da Policia Federal.
Só pegou amigos fiéis! Do jeito que a coisa vai, faltará gente para o baralhinho do Jaburu.
Para alguns dos que estão soltos e não têm grande chance de eleger-se, a nomeação para um ministério é uma grande saída: livram-se da primeira instância e vão para o Supremo, onde um processo é bem mais demorado.

Jarbas Vasconcelos está de saída do PMDB

Se filiará possivelmente ao PSD
Ricardo Noblat

Quadro histórico do PMDB de Ulysses Guimarães e do combate ao regime militar de 64, duas vezes governador de Pernambuco, o deputado Jarbas Vasconcelos está de saída do partido antes que ele saia dele.
Até o próximo sábado, na companhia de Raul Henry, atual vice-governador do Estado, deputados, prefeitos e vereadores, Jarbas se filiará a outro partido, possivelmente o PSD, para ser candidato ao Senado em outubro.
A Executiva nacional do PMDB dissolveu o diretório do partido em Pernambuco que era comandado por Jarbas desde sempre. Um novo diretório será montado pelo senador Fernando Bezerra Coelho, ex-PSB.
Nos últimos seis meses, Jarbas brigou na Justiça contra a decisão da Executiva liderada pelo senador Romero Jucá (RR). Ganhou três liminares, a mais recente do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo.
Ocorre que a qualquer momento poderá perder a briga. E, nesse caso, ficará impedido de disputar as eleições porque o PMDB, sob a administração de Bezerra Coelho, lhe negará a legenda. A saída de Jarbas é sair.
Ele apoia a candidatura do governador Paulo Câmara (PSB) à reeleição. Bezerra Coelho, se não for candidato ao governo, apoiará outro nome que se disponha a enfrentar Câmara.

Alexandre Frota, o Ruy Barbosa dos coxinhas



Acredite se quiser no grau de ridículo a que chegou a extrema-direita brasileira, a horda moralista que se vale de um bucéfalo como o pornoator Alexandre Frota para pedir o “impeachment” dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal. Não é invenção minha, mas notícia do site BR18, pertencente ao Estadão:

O Movimento Contra a Corrupção (MCC) protocolou no Senado nesta terça-feira, 3, um pedido de impeachment dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, informam Igor Gadelha e Julia Lindner, do Broadcast.Alexandre Frota, integrante do MCC, foi quem protocolou o documento assinado pelo empresário Bruno Siqueira de Abreu e Lima. É difícil saber se o pedido vai para frente, mas a alegação é de que os ministros cometeram crime de responsabilidade ao decidirem julgar o Habeas Corpus de Lula, alterando jurisprudência do STF.

O quase ex-ministro da Cultura de Jair Bolsonaro é agora o Ruy Barbosa do coxismo e vira a Doutora Janaína de calças, depois de ter conseguida sua pouca notoriedade sem elas.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Xô: após Bolsonaro 7 dirigentes do PSL deixam a sigla

“Bolsonaro tomou o partido para si”
O PSL ampliou sua bancada com a chegada de Jair Bolsonaro (RJ), mas também registrou perdas.

Sete integrantes que comandavam diretórios estaduais da sigla decidiram debandar.
Eles tiveram que abrir mão de seus postos para aliados do presidenciável, mas dizem que as mudanças foram mal conduzidas.
“Bolsonaro tomou o partido para si e está fazendo as coisas de maneira anti-democrática. Ele não tem compromisso partidário muito menos com o povo”, diz Carlos Alberto, ex-presidente do PSL de Minas. Ele e a mulher, a deputada federal Dâmina Pereira, foram para o Podemos(FolhaPainel)

MDB vai ao STF: retomar MDB-PE de Raul e Jarbas


Do Diario de Pernambuco

A  executiva nacional do MDB entrou com uma ação no STF para tentar reverter a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que no dia 23 de março concedeu liminar suspendendo a dissolução do diretório estadual de Pernambuco.. Com isso, o comando da sigla voltou para as mãos do vice-governador Raul Henry (MDB).
Ontem, o advogado Carlos Neves, que  representa a direção local, afirmou que a notificação do STF ainda não chegou ao partido.
“Diante da decisão de Lewandowski, o comando voltou para Raul Henry que foi legitimamente constituído para o cargo. Somos os autores do processo que questiona o conflito de jurisdição e estamos aguardando a notificação para saber o argumento do recurso (do MDB nacional)”, destacou Neves. 
A polêmica no MDB gerou uma série de ações da Justiça local, que foram movidas pelo grupo de Raul Henry e do senador Fernando Bezerra (MDB), que tenta levar o partido para oposição. Na última delas, o MDB local alegou, junto ao STF, conflito de competência do TSE, ponderando que não caberia ao Tribunal Superior Eleitoral decidir por um tema que estava sendo analisado pelo TRE/PE.
A liminar concedida por Lewandowski derrubou a decisão da executiva nacional do MDB que, por 17 votos a 6, deu a FBC o direito de assumir o comando.
Nos bastidores, a opinião dos Bezerra é de que a decisão política da executiva já foi tomada e que essa decisão deverá prevalecer.
A briga de ações na Justiça, portanto, seria apenas para ganhar tempo. Na sigla, FBC aguarda o dia 20, quando o grupo de oposições irá anunciar quem será o candidato do movimento Pernambuco Quer Mudar.
Se o escolhido for o senador Armando Monteiro Filho (PTB), o senador FBC afirma que apoiará o petebista e não disputará a eleição.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Paulo Câmara lança nova conexão entre Recife e Santiago e anuncia parceria para o Programa Ganhe o Mundo

Como parte das ações de incremento no número de voos internacionais em Pernambuco, o governador Paulo Câmara lançará oficialmente, nesta terça-feira (03.04), o novo voo entre Recife e Santiago do Chile. A operação, que será realizada pela Gol Linhas Aéreas, será iniciada no dia 24 de novembro de 2018. Na ocasião, Paulo também anunciará uma parceria entre o Governo de Pernambuco e a companhia aérea para apoiar o Programa Ganhe o Mundo (PGM). Serão disponibilizados 22 bilhetes para estudantes com destino a Montevidéu, no Uruguai, e outros 225 bilhetes para jovens que embarcarão para Buenos Aires, na Argentina.

O pré-sal é o roubo do século

Lenio Streck: Dallagnol e Bretas teriam condenado Jesus por organização criminosa


247 - O advogado Lenio Streck, professor de Direito Constitucional e pós-doutor em Direito, classificou como "escalafobética" a decisão do procurador Deltan Dallagnol de fazer um jejum para pressionar o Supremo Tribunal Federal a negar o habeas corpus do ex-presidente Lula. 

"Se Deus existe (e vejam, sou devoto de Nossa Senhora de Lourdes), porque Ele seria um punitivista como Dallagnol? Por que Deus, em sua infinita misericórdia, não seria a favor da possibilidade de alguém — condenado injustamente — ter a seu favor uma decisão recursal reconhecendo ter havido prova ilícita (ou a bobagem do probabilismo) no STJ? Ou no STF? Que tipo de Deus é esse de Dallagnol?", questionou o jurista em artigo nesta segunda-feira, 2.

Segundo Lenio Streck, Dallagnol esquece que é agente político do Estado. "E não um torcedor. Deveria incluir Deus fora desse tipo de comportamento político. Sua performance depõe contra a secularização ínsita a qualquer democracia. Espero que saiba o que é secularização. Explico: não se deve misturar religião com Estado (e com o Direito). Isso vale também para o juiz Bretas, que estaria orando pelas prisões diretas em segundo grau. Provavelmente, ambos teriam condenado Jesus por organização criminosa (afinal, eram mais de quatro) com base na delação premiada de Judas", afirma

Daniel Coelho deixa PSDB e embarca no PPS


Nota oficial

“Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar”, disse, duas décadas atrás, o músico pernambucano Chico Science, apontando não apenas o óbvio, mas o necessário: o mundo está em constante transformação. E muitas vezes é preciso ter coragem para sair da zona de conforto e mudar.
Hoje, deixo o PSDB para me filiar ao PPS. Junto com jovens idealistas, com aqueles que fazem e fizeram o partido, além de movimentos de renovação da política como Agora, Livres, RenovaBR e Acredito, estamos construindo a transição para uma nova legenda. Com novo nome, renovada em ideias, práticas e processo democrático.
Em congresso nacional, o partido já deliberou pela sua renovação e mudança de nome, a ser concretizada nos próximos 30 dias. A proposta já apresentada para que o partido passe a se chamar Movimento 23 está em curso de implementação.
Nossos compromissos com a pauta ambiental, o direito dos animais, a ética, o combate à corrupção, uma economia mais liberal e com menos interferência estatal, o apoio ao empreendedorismo, defesa intransigente da democracia, respeito à diversidade e às liberdades individuais e o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação continuarão sempre a nos guiar como princípios em nossa atuação política.
Venha você também fazer parte deste movimento que busca integração da sociedade com a boa política.
Daniel Coelho
Deputado federal

Temer inicia substituições nos ministérios

A sublevação togada


POR FERNANDO BRITO no Tijolaço




O “manifesto” de juízes e procuradores, disfarçado de “nota técnica”, agora encabeçado pelo indecoroso ex-Procurador da República, Rodrigo Janot -um homem ao qual o recato não durou seis meses e que agora se dedica a questionar sua sucessora e chefe (pois ainda está na ativa) Raquel Dodge – representa uma intolerável sublevação de parte do MP e da Magistratura contra a ordem jurídica.

Não é difícil provar que assim é, apenas substituindo os personagens e o cenário.

Alguém consegue imaginar – para ficar na Justiça que tanto idolatram – um abaixo-assinado de magistrados norte-americanos dizendo como a Suprema Corte deve julgar determinado caso?

Ou figurar que capitães e coronéis subscrevam advertências ao Alto Comando do Exército?

As pressões se tornaram tão intensas que a sessão do STF, na quarta-feira, assume ares não apenas de decisão jurídica mas também de natureza administrativa-disciplinar.

Do contrário, estabelecer-se-á a regra de que as decisões do Supremo, agora, serão tomadas pelos ativismos de juízes e promotores: eles decidem o que a corte vai, apenas, formalizar.

A monstruosidade de relativizar um princípio e, confessadamente, dizer que a falta de provas não é fator desqualificante de uma sentença condenatória, foi apenas o início: o que se tem agora é um levante de togas contra a autoridade do STF.

E não contra ou a favor de uma tese, mas de um homem.

Afinal, a “nota técnica” surgiu apenas agora, quando é o caso de Lula que está em julgamento. Não houve um pio quando a questão foi discutida, despersonalizadamente, ao julgarem-se as liminares nas ações diretas de inconstitucionalidade sobre o tema, aquelas a que, cavilosamente, Carmem Lúcia, tem recusado o julgamento do mérito.

Não é uma questão jurídica, é de ódio ideológico. E não decide que a Lava Jato sobrevive ou não, a não ser que se admita que a Lava Jato só tivesse e tenha como objetivo prender Lula.

É dessa a “tecnica jurídica” que os sublevados estão se servindo: a intimidação de ministros, especialmente Rosa Weber, para ditar o resultado de um julgamento.

domingo, 1 de abril de 2018

Náutico e Central empatam em Caruaru e decisão fica para a Arena

Foto de Booby Fabisak\ JC Imagens
Do JC :Blog do Torcedor

A torcida do Náutico invadiu Caruaru e a do Central vestiu com orgulho as cores do time da cidade no primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano 2018. Na tarde deste domingo (1º), o estádio Luiz Lacerda foi palco do primeiro embate da decisão. A Capital do Agreste, porém, não viu gols no jogo terminado empatado em 0x0. Os finalistas deixam a decisão para a volta.
A volta entre o Timbu e a Patativa está marcada para o próximo domingo, dia 8 de abril. Às 16h, as equipes definem quem fica com a taça do Estadual no gramado da Arena de Pernambuco

NOVA CHANCE

Pela primeira vez em uma final comandando o Náutico, o técnico Roberto Fernandes fez mistério do seu time até o último minuto, divulgando a escalação sem diferenciar titulares de reservas. Mas a equipe entrou em campo no Lacerdão de fato com sua equipe titular. Desde 2014 o Timbu não disputava o título de um Estadual, tendo conquistado a glória pela última vez em 2004. Já a Patativa, nos seus quase 99 anos de existência, chegou pela primeira vez à decisão.

RELEMBRE

O Náutico chegou à final após liderar a primeira fase da competição com 19 pontos, com o Central empatado neste valor, mas com menos gols marcados. Nas quartas de final, a equipe da Avenida Rosa e Silva eliminou o Afogados, passando pelo Salgueiro em seguida. Já o Alvinegro venceu o América e o Sport nas duas primeiras fases do mata-mata.

INÍCIO DE DECISÃO

O jogo começou com faltas, cometidas pelo Náutico, escanteios e laterais, para os dois lados, sendo parado constantemente. Com seu time principal, o Timbu se manteve bastante defensivo. Em todas as vezes que a bola chegou à área alvirrubra, o goleiro Bruno se adiantou para afastar, sem segurar na maioria das oportunidades. Além disso, a equipe se apresentou de maneira segura defensivamente. E as poucas bolas colocadas pelo time da capital na pequena área do time do agreste ficaram nas mãos do goleiro França.Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem

BOLA SEM ROLAR

A protagonista de uma partida de futebol também teve dificuldades de cumprir sua mais corriqueira função. No gramado do estádio Lacerdão, a bola dificilmente rolava, com o vistante usando e abusando do jogo aéreo, enquanto a equipe da casa buscava seus atalhos, dominando o meio de campo. Assim, o primeiro tempo seguiu sem grandes lances.


MUDANÇAS

Sob chuva, as torcidas seguiam incentivando seus times. O técnico Roberto Fernandes fez duas mudanças logo no intervalo e com poucos minutos de segundo tempo foi obrigado a tirar Josa de campo, lesionado. As primeiras mudanças já levaram o Timbu ao campo de ataque. O meia Júnior Timbó foi, inclusive, responsável pela bola mais no chão por parte dos visitante.

MOVIMENTAÇÃO

Aos 10 minutos, o Náutico teve uma falta a seu favor quando Robinho foi derrubado do lado esquerdo do ataque alvirrubro. Júnior Timbó foi para a cobrança e mandou a bola direto para o gol. O goleiro França espalmou, mas o lance animou ainda mais a notícia alvirrubra.

A resposta do Central aconteceu quatro minutos depois, com Júnior Lemos aproveitando sobra sozinho na área e mandando para fora. O contra-ataque foi definido com um chute firme de Ortigoza. Vitão tentou afastar da área, o paraguaio mandou para o gol e o goleiro França mais uma vez espalmou. O resto do jogo caiu de produtividade, dos dois lados, com muitas faltas cometidas pelo Timbu e mal aproveitadas pela Patativa. Assim, as equipes ficaram no empate sem gols, guardando a decisão para o próximo domingo.

FICHA DA PARTIDA – CENTRAL x NÁUTICO

Central: França; Eduardo Gago (Paulo Fernando), Danilo Quipapá, Vitão e Charles; Douglas Carioca (Graxa), Fernando Pires e Eduardo Eré; Júnior Lemos, Itacaré (Lucas Silva) e Leandro Costa. Técnico: Mauro Fernandes

Náutico: Bruno; Thiago Ennes, Camutanga, Camacho e Kevyn; Negretti, Josa (Wendel) e Wallace Pernambucano (Júnior Timbó); Robinho, Ortigoza e Rafael Assis (Fernandinho). Técnico: Roberto Fernandes

Campeonato Pernambucano (final – ida). Local: estádio Lacerdão, em Caruaru (PE). Árbitro:Péricles Bassols. Assistentes: Clóvis Amaral e Francisco Chaves Bezerra Cartões amarelos:Eduardo Gago e Paulo Fernando (C); Ortigoza, Thiago Ennes e Bruno (N)